Cientista ateu: os milagres de Lourdes “tem algo de inexplicável”
O médico francês e Prêmio Nobel de Medicina, Luc Montagnier é conhecido por ter descoberto o vírus HIV e também por classificar-se como sendo um agnóstico. Surpreendentemente ele disse que nos milagres de Lourdes “há algo inexplicável”.
A opinião do cientista e ex-diretor do Instituto Pasteur, saiu impressa no livro “Le Moine et le Nobel” (“O Monge e o Nobel”) que inclui o diálogo entre Montagnier e monge cisterciense Michael Nissaut sobre o futuro da planeta e erradicação de doenças crônicas.
Esta é uma opinião que para muitos é um exemplo de coerência no mundo da ciência, que o mesmo Nobel de Medicina enfatiza chamando a atenção de alguns de seus colegas. Das conversas chamou a atenção, justamente o fato do cientista ateu, ao abordar o tema das curas milagrosas ocorridas no Santuário de Lourdes, referir-se a elas como sendo inexplicáveis:
“Quando um fenômeno é inexplicável, se realmente existe, não se tem necessidade de negar nada”, afirmou Montagnier na conversa, e em seguida assegurou que “nos milagres de Lourdes existe algo de inexplicável”.
“Muitos cientistas cometem o erro de rejeitar o que eles não entendem. Não me agrada essa atitude. Constantemente citam a frase do astrofísico Carl Sagan: “a ausência de provas, não é prova da ausência”.
O livro menciona que o cientista estudou vários milagres de Lourdes, e que por isso afirma crer que são inexplicáveis: “Não me explico estes milagres, mas reconheço que são curas que não estão incluídas no estado atual da ciência”.
Montagnier também reconhece o importante trabalho que a Igreja tem feito no cuidado e acompanhamento dos enfermos, especialmente os portadores de HIV, tema que ele conhece muito bem por ser o descobridor deste vírus mortal: “As ordens religiosas cristãs jogam um papel muito positivo no cuidado com os enfermos. Reconheço que, no âmbito da atenção hospitalar, a Igreja tem sido a pioneira”.
O cientista ateu afirma que nos anos de investigação do vírus HIV, sobretudo nos primeiros, ele viu como constantemente a Fé e a proximidade da Igreja ajudava os enfermos a fazer frente à doença, sobretudo a não se sentir abandonados.
“É através desta experiência que tenho reconhecido sempre a contribuição pioneira e inestimável da Igreja no campo da atenção hospitalar”, sublinha.
Desde as aparições de Nossa Senhora a Santa Bernardette, em 1858, até nossos dias, foram registradas mais de 7 mil curas inexplicáveis em Lourdes.
Não é em vão que ele seja um dos santuários marianos mais reconhecidos no mundo, junto com o de Fátima, em Portugal, e o da Virgem de Guadalupe, no México.
João Sérgio Guimarães