Há 430 anos Anchieta fundava o Santuário de Nossa Senhora da Assunção
Na Festa da Assunção de Nossa Senhora ao Céu em 1579, São José de Anchieta fundou a missão jesuíta do aldeamento de Reritiba, atual município de Anchieta, no Estado do Espírito Santo.
No mesmo dia da fundação da missão, Anchieta iniciou também a construção de uma igreja. Exatamente 11 anos depois do lançamento da pedra fundamental dessa igreja, ou seja, no dia 15 de agosto de 1590, o mesmo Padre José de Anchieta a inaugurou ao realizar a Dedicação da Igreja a Nossa Senhora da Assunção.
No dia da dedicação da igreja, chega a Reritiba a imagem de Nossa Senhora. Acontece uma grande e notável festa que marcou a história e a cultura do Brasil, pois nela foi encenado o Auto da Assunção, escrito por São José de Anchieta.
Aquilo que onze anos antes era apenas uma construção, um desejo, tornava-se realidade. Agora era um Templo, uma verdadeira igreja, a mesma que, de pé ainda hoje, faz parte integrante do Santuário de Anchieta.
Duas datas, dois marcos históricos, religiosos, artísticos para o Brasil
430 anos depois as duas datas, 1579 e 1590 são referências decisivos para a história do Santuário Nacional de São José de Anchieta. São importantes marcos históricos, culturais, religiosos e artísticos não só para o município de Anchieta, mas para o estado do Espírito Santo, para a história do Brasil e para a Companhia de Jesus.
Com estas fundações, São José de Anchieta edificou uma manifestação religiosa, cultural e política que acolheu e envolveu índios e colonos.
Ao referirmos a índios e colonos, é bom que se recorde que que não se trata de dois grupos humanos inteiramente homogêneos, muito pelo contrário: a diversidade das tribos, a origem dos colonos, suas culturas, costumes e psicologia era muito grande, enorme.
Com sua Fé, Anchieta transmitiu a experiência do amor de um Deus que tem Coração e tem uma Mãe
Nesse ponto, o Apóstolo do Brasil foi o que se podia denominar de grande aglutinador, grande conciliador. E, para isso, São José de Anchieta valeu-se de seu carisma missionário, de suas virtudes que o levavam a uma abertura à cooperação, ao diálogo, à tolerância, ao respeito. Além da religião, da liturgia, da instrução católica, para unir todos, o Santo Jesuíta, utilizou a arte e a beleza.
Com sua Fé, Anchieta transmitiu a experiência do amor de um Deus que é próximo, misericordioso, que tem Coração e tem uma Mãe. Uma Santíssima Mãe que vai ao encontro, que visita e chega para ajudar, não para exigir. Uma Mãe vem até seus filhos para, justamente, auxiliar naquilo que eles mais necessitam. Assim, Anchieta transmite a Esperança que não decepciona.
Na Igreja erguida por Anchieta, pode-se esperar que do Céu, Nossa Senhora da Assunção sorria e abençoe a Terra de Santa Cruz
Celebrar os 430 anos da igreja de Nossa Senhora da Assunção, depois que São José de Anchieta foi canonizado, é também motivo de consolação. Ali estando, caminha-se por onde pisou um santo, reza-se em um monumento erguido pela Fé e, como o Apóstolo do Brasil, pode-se esperar – até contra toda a esperança – que do Céu, Nossa Senhora da Assunção sorria e abençoe este país que naquela época ainda tinha tudo da Terra de Santa Cruz.
João Sérgio Guimarães