Seja devoto de Nossa Senhora – II

No que consiste a devoção à Santíssima Virgem?

“Consiste essencialmentre num respeito profundo às suas grandezas e à sua qualidade de Mãe de Deus, numa confiança sem limites em sua proteção , num amor terno e filial para com esta boa Mãe. (…)

“Sendo Maria Mãe de Deus e soberana do universo, merece nosso mais profundo respeito, do mesmo modo que seu título de Mãe dos Cristãos exige que lhe tributemos amor por amor.

“Além disso, sendo nossa Medianeira, cheia de bondade e nossa poderosa advogada junto a Deus, é justo que a invoquemos com uma inteira confiança.

“Destes sentimentos fundamentais nascem a veneração em relação a tudo o que se refira a Maria, a admiração e glorificação de suas grandezas e virtudes, o recurso frequente e fervoroso à sua intercessão, o reconhecimento de seus benefícios, o desejo de conhecê-lA sempre melhor, para servi-lA cada vez mais perfeitamente.” (Maria ensinada à mocidade, Pequeno Catecismo de Nossa Senhora, Reunião de Professores, Livraria Francisco Alves, São Paulo, 1915, pp.219-220)

Quem é  Maria?

Ao longo da história da Igreja, muitos foram os louvores e títulos com que os Santos procuraram descrever a Santíssima Virgem.

Eis algumas frases mencionadas pelo grande devoto de Maria, São Luis Maria Grignion de Montfort:

“Deus reuniu todas as águas e chamou-as mar. Reuniu todas as graças e chamou-as Maria.

“Maria é a excelente obra-prima do Altíssimo.

“Maria é o santuário e o repouso da Santíssima Trindade.

“A divina Maria é o paraíso terrestre do novo Adão, onde Ele se encarnou por obra do Espírito Santo, para aí operar maravilhas incompreensíveis.

“Ela é o grande e divino mundo de Deus onde há belezas e tesouros inefáveis.

“Todos os dias, de um extremo da terra ao outro, no mais alto dos céus, no mais profundo dos abismos, tudo proclama e publica a admirável Maria.

“Se quereis compreender a Mãe, compreendei o Filho. Ela é uma digna Mãe de Deus”.  (Luis G. de Montfort, Tratado da Verdadeira Devoção à Santísima Virgem, capítulo I, números 5, 6, 8 e 12)

Maria é Mãe de Deus!

Todos os títulos e grandezas de Maria dependem do fato colossal de sua maternidade divina.

Maria é imaculada, cheia de graça, co-redentora da humanidade, Rainha dos Céus e da Terra e Medianeira universal de todas as graças, etc., porque é a Mãe de Deus.” (Royo Marin, Antonio, Teologia de la Perfección Cristiana, Madrid: BAC, 1968, p.89)

“Que uma humilde mulher, descendente de Adão como nós, se torne Mãe de Deus, é um mistério tão sublime de elevação do homem e de condescendência divina, que deixa atônita qualquer inteligência, angélica ou humana, neste mundo e na eternidade”.  (Roschini, Gabriel, Instruções Marianas, São Paulo: Paulinas, 1960, p.42)

Recordemos como isto se deu

 

O Evangelista São Lucas assim narra o grande acontecimento de nossa Redenção:

“O anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um homem que se chamava José, da casa de Davi, e o nome da virgem era Maria.

“Entrando, o anjo disse: Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo, bendita és tu entre as mulheres.

“Ela assustou-se com tais palavras, sem atinar qual seria o motivo de tal saudação.

“Então, disse-lhe o anjo: Não temas, Maria, pois achaste graça diante de Deus. Eis que conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus. Ele será grande e chamar-se-á Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi; e reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim.

“Maria perguntou ao anjo: Como se fará isso, pois não conheço homem?

“Respondeu-lhe o anjo: O Espírito Santo descerá sobre ti, e a força do Altíssimo te envolverá com a sua sombra. Por isso o Santo que há de nascer de ti será chamado Filho de Deus.

“Também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na sua velhice; e já está no sexto mês aquela que é tida por estéril, porque a Deus nenhuma coisa é impossível.

“Então disse Maria: Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra. E o anjo afastou-se dela.”

Ao mesmo tempo Virgem e Mãe!

“Os dois grandes e admiráveis efeitos do ‘Faça-se’ de Maria foram, de um lado, o nascimento de Jesus Cristo, Deus e homem, obra-prima da onipotência divina. De outro lado, a sublime e incomparável dignidade de Mãe de Deus concedida a Maria. Até então fora somente Virgem: pela encarnação se fez Virgem Mãe, e Mãe de Deus.

“Que união, que intimidade prodigiosa estabelece entre Deus e Maria sua maternidade, por ser a união da mãe com o seu fruto, vivendo em seu seio e do seu seio, como parte de si mesma! O sangue de Maria circulava igualmente em Jesus, o mesmo coração pulsava para ambos, o mesmo alento e, por fim, como disse Santo Agostinho, a mesma carne: Caro Christi, caro Mariae.” (Nicolas,  Augusto,  A Virgem Maria e o Plano Divino, Barcelona, Religiosa, 1866, Vol. II, pp. 183-184.)

Maria é nossa Mãe!
Continua…

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