Santidade por meio de Maria, ou São Maximiliano Maria Kolbe, Cavaleiro da Imaculada?
“Deus vê a mais perfeita criatura, a Imaculada (cheia de graça), ama-a e assim nasce Jesus, Homem-Deus, Filho de Deus e Filho do homem. Nela, depois, têm início os graus de semelhança dos filhos de Deus e dos homens, dos membros de Jesus.”
Esta frase escolhida para aqui ser publicada é de um Santo.
Santo do Século XX, exemplo de devoção a Nossa Senhora. O Papa João Paulo II o considerava como “padroeiro do nosso difícil século XX”, e “exemplo de apostolado mariano e entrega pelo Evangelho de Cristo”.
O Santo a que nos referimos nasceu em 08 de janeiro de 1894, na Polônia. Seu nome de batismo era Raimundo Kolbe. Embora de origem simples e humilde, ele teve a grande graça de ter nascido no seio de uma família católica que tinha como riqueza a Fé e uma extraordinária devoção para com a Santíssima Virgem.
Assim, aos 14 anos, impelido por uma graça de Nossa Senhora, descobriu, através de um sonho-revelação, que sua vocação religiosa deveria ser voltada para a castidade e martírio. Com sinais de predestinação, a graça o impeliu a ingressar no Seminário dos Frades Menores Conventuais Franciscanos.
No ano de 1914, em Roma, com o nome religioso de Frei Maximiliano Maria Kolbe ele foi ordenado sacerdote. Maximiliano foi uma homenagem a um mártir africano, e, Maria, por ser o nome da Imaculada, tendo como objetivo expressar sua devoção mariana e mostrar o desejo de conquistar o mundo para Cristo por meio de Maria… mesmo que fosse preciso oferecer sua vida para isso.
Frei Maximiliano e a Comunicação
Maximiliano tinha um grande carisma para a comunicação, fundou e editou uma revista com grande apelo à devoção para com a Santa Mãe de Deus. Além da revista, ele continuou voltado para a comunicação fundando emissoras de rádio, revistas para crianças e sacerdotes e o jornal “Cavaleiro da Imaculada”.
Tudo isso com o objetivo de ver expandido e realizado seu grande desejo de evangelizar, de estender a Fé ao mundo inteiro, sempre evangelizando com Maria.
Seu jornal cresceu, espalhou-se pelo mundo, chegando até o Oriente.
Segunda Guerra Mundial
Quando, em 1939, a Segunda Guerra Mundial estourou, São Maximiliano Kolbe estava na Polônia, sendo professor e dirigindo a formação de futuros Franciscanos.
Nestas condições foi preso pela primeira vez. Um pouco depois foi solto, porém, de novo foi detido em 1941. E, desta vez, definitivamente quando foi levado para o campo de concentração nazista de Auschwitz.
O ódio à Fé Católica moveu seus algozes a conduzi-lo para a prisão. Ali ele foi questionado e perseguido por causa de sua Fé. Abandonado pelos homens, teve a graça de não ser abandonado por Maria em momento algum.
Numa revista realizada costumeiramente, um soldado encontrou seu Rosário. Uma graça de Nossa Senhora permitiu que o soldado deixasse com Maximiliano seu tão precioso objeto de devoção a Maria.
Isto foi um sinal de proteção celeste que prenunciava o cuidado, proteção, conforto e esperança que a Virgem lhe dispensaria até ser martirizado.
Nesse, merecidamente, temível Campo de Concentração, o Santo Sacerdote Franciscano teve oportunidade de realizar continuamente atos de evangelização e apostolado.
Em julho de 1941, um prisioneiro daquela masmorra conseguiu fugir. Isto causou um redobrar de fúrias por parte dos nazistas que resultou em represálias com a aplicação de terríveis punições: foram sorteados dez presos para serem mortos cruelmente.
Um desses prisioneiros escolhidos para morrer era, como os demais, de origem judaica que desesperadamente, alegou, em meio aos prantos, que era pai de família e pedia para ser poupado.
São Maximiliano Kolbe, comovido, ofereceu-se, heroicamente, para morrer no lugar daquele desgraçado pai de família judeu.
A oferta de Maximiliano foi aceita pelos soldados alemães.
A pena consistia em ser encerrado em uma pequena cela escura e úmida e sem direito a água e alimentação de qualquer espécie.
Esta masmorra São Maximiliano Maria a transformou em uma verdadeira capela de oração e de cânticos.
São Maximiliano viu seus companheiros de infortúnio irem morrendo aos poucos, um a um até restar somente ele.
O último a morrer foi, certamente, o primeiro a entrar no Céu: era o dia 14 de agosto de 1941, quando, devido a sua incrível resistência, lhe aplicaram uma injeção letal.
No seu infortúnio atingiu seu objetivo: salvar a sua alma e a dos outros nove prisioneiros, que se somaram a outras tantas almas que influenciou e salvou por meio de suas ações evangelizadoras no mundo todo, conduzindo, por Maria, almas a Jesus.
Ao dizer “Acaso não sabeis, que eu sou da Imaculada?”, São Maximiliano professava toda sua confiança na Santíssima Virgem para combater o inimigo, o pecado e tudo de mal que o mundo propelia.
Façamos como ele, busquemos nossa santificação, nossa vitória, em Cristo, por meio da Imaculada.
Canonização de Maximiliano
Segundo as palavras do Papa São João Paulo II, proferidas durante a cerimônia de canonização, em 1982:
“A inspiração de toda a sua vida foi a Imaculada, à qual confiava o seu amor por Cristo e o seu desejo de martírio.
No mistério da Imaculada Conceição manifestava-se diante dos olhos da sua alma aquele mundo maravilhoso e sobrenatural da Graça de Deus oferecida ao homem.
A fé e as obras de toda a vida do Padre Maximiliano indicam que ele entendia a sua colaboração com a Graça divina como uma milícia sob o sinal da Imaculada Conceição.
A característica mariana é particularmente expressiva na vida e na santidade do Padre Kolbe.
Com esta característica foi marcado também todo o seu apostolado, tanto na Pátria como nas missões.”
Conquistar o mundo para Cristo por meio de Maria Imaculada!
O exemplo de São Maximiliano Kolbe nos convida a uma entrega total a Jesus por Maria: Que este seja nosso desejo diário e constante.
Coloquemos, também, no Rosário, a confiança de que Maria nunca nos abandonará e estará conosco em toda nossa caminhada rumo à santidade e à Morada Celeste.
Que São Maximiliano seja, também, exemplo de evangelização e de disseminação do Evangelho, até o último instante de nossas vidas.
São Maximiliano Maria Kolbe, rogai por nós!
João Sérgio Guimarães